sexta-feira, 2 de março de 2012

A DOR DA PERDA

"Tem misericórdia de mim, ó SENHOR, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre. Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem". (Salmos 31:9-10)...Quantos de nós já suplicou a Deus dessa forma? Quantos de nós já passou por uma situação de perda? Quem nunca sofreu por perder um ente querido, o amado(a) ou algum parente muito próximo?
Independente do tipo de perda, todos nós seres humanos sofremos, haja vista ao apego (vínculo) existente entre nós e aquele(a) a quem perdemos. Essa perda nos traz angústia, tristeza e desânimo.
Psicologicamente falando, angústia seria uma forte sensação psicológica, caracterizada por "abafamento", insegurança, falta de humor, ressentimento e dor. Na moderna psiquiatria é considerada uma doença que pode produzir problemas psicossomáticos (ver http://pt.wikipedia.org/wiki/Psicossom%C3%A1ticos). A angústia é também uma emoção que precede algo (um acontecimento,uma ocasião, circunstância), também pode-se chegar a angústia através de lembranças traumáticas que dilaceraram ou fragmentaram o ego (psicanálise).
A tristeza, também conhecida por desgosto é um sentimento humano que expressa desânimo ou frustração em relação a alguém ou algo. É o oposto da alegria.  A tristeza pode causar reações físicas como depressão nervosa, choro, insônia, falta de apetite, e ainda, reações emocionais, como o arrependimento. A tristeza pode ser originada da perda de algo ou de alguém que se tinha de muito valor ou pelo excesso de tédio; esta emoção pode ser potencializada se aquele que sofre de tristeza passa a acreditar que poderia ter feito algo para recuperar ou evitar a perda, mesmo que este algo a fazer seja na prática impossível de se concretizar, e independente da vontade do triste.
Por fim, o desânimo seria o oposto de ânimo, motivação, vontade de fazer, agir ou realizar alguma coisa. A pessoa desanimada necessariamente não está triste ou angustiada, mas desmotivada a tomar qualquer atitude.
O que fazer então diante da perda?
Primeiro, não há uma "receita de bolo pronta"! Todavia, há determinadas atitudes que ajudam a superar esse momento tão comum no nosso dia-a-dia, vejamos:

a) "O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções" (Martha Medeiros) Bela reflexão, não é? O que a escritora quis dizer é que não devemos confiar apenas no tempo para esquecer a perda de um ente querido ou do amado(a), seja qual for o tipo da perda, mas que ele (tempo) nos ajuda, ao menos, tirar o que achamos ser "incurável" do centro das atenções, quer seja pelo encontro de novas pessoas interessantes, quer seja por exercer algum tipo de atividade que ocupe seu tempo, enfim, você superará ou minimizará essa dor, essa angústia, esse desânimo com a ajuda do tempo, ainda que você não venha esquecer (curar) essa perda.
b) "Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos". (Salmos 40:1-2) Que mensagem maravilhosa e motivadora essa! O salmista Davi se encontrava num momento muito ruim em sua vida quando escreveu esse salmo, todavia, jamais perdeu a esperança e a confiança em Deus, e ninguém deve perder esses dois sentimentos. A esperança nos traz renovação, expectativas, e a confiança nos traz segurança, certeza. Logo, quando somos sujeito de uma perda, devemos ter esses dois sentimentos (esperança e confiança) inclinados a um Ser Supremo, infinito, onipotente, que tudo pode fazer por nós.
c) "Nada nos torna tão grandes como uma grande dor". (Alfred de Musset) A dor, o sofrimento, a angústia nos torna cada vez mais forte, ainda que fiquemos abatido no início, saímos fortalecidos no final. A experiência é estupenda, pois, somos capazes de aconselhar a outra pessoa que passe por esse processo de perda, todavia, com conhecimento de causa. O apóstolo Paulo, ao escrever a epístola aos Romanos disse: "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança". (Romanos 5:3-4). Podemos perceber quão sábias foram as palavras escritas por Paulo, pois ao se gloriar nas tribulações, ele consegue enxergar como fator de crescimento e fortalecimento, vendo que pelas tribulações (sofrimento) vem a paciência, a experiência e a esperança.

d) Por fim, "Quando nos encontramos numa situação de sofrimento, aquilo que mais nos custa não é tanto o sofrimento em si, mas a rejeição desse sofrimento". (Jacques Philippe) Caso possamos evitar passar por sofrimento ou perda, que assim seja feito, do contrário, que passemos, ou melhor, que aceitemos esse momento com consciência dos itens supramencionados, sabendo que tudo passa, e que você não é e nem será o último na face da terra vivenciar uma dor da perda, mas que você sairá dessa com mais força para enfrentar outras situações difíceis e amparar a outros que por um acaso vem precisar de ti.

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